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domingo, 23 de junho de 2013

REFLEXÕES SOBRE AS MANIFESTAÇÕES

Depois de quase três anos estou voltando! Para recomeçar, não poderia ser diferente, vou falar deste momento que pode ser fantástico e histórico se não acabar no ostracismo do esquecimento, ou apenas na festa "da pátria de chuteiras"...  Afinal de contas durante muito tempo a copa do mundo serviu para desfocar os problemas da sociedade e da politica brasileira.
Para aqueles que não sabem, atualmente moro em São Paulo (Capital) e os protestos tem atrapalhado bastante a rotina aqui na cidade. Isto me levou, no inicio, a ser contra a bandeira que levantavam (passe livre). Achava que estava gerando custos diretos e indiretos demasiados por um objetivo que no fim das contas sai do nosso bolso de qualquer jeito e ainda do pior jeito, pois seria da forma menos transparente possível. Mas agora com outras bandeiras se levantando e a insatisfação da população mostrando a cara, já sou mais a favor, pois no mínimo, que esperamos, é que sirva como um exercício de participação social na política e de cidadania para o povo voltar a lutar nas horas certas. Neste sentido ficam marcadas duas manifestações, sendo que uma delas já virou uma onda viral nas redes sociais: “Não é apenas pelos 20 centavos” e “Desculpem pelo transtorno, mas estamos mudando o Brasil”.  De qualquer forma já está sendo bem proveitoso, e falo por mim que estou revendo conceitos e mudando de opinião, pois vejo que está gerando muitos debates e reflexões nas ruas e redes sociais e como consequência uma evolução como povo e indivíduos.
Este texto de meu amigo Rafael de Tarso me ajudou muito neste processo.

“Muitos amigos me perguntam o que acho dos protestos, se é um movimento que veio pra ficar. Se é uma mudança real. Boa pergunta. Uns estão vendo poesia, fé na humanidade e o bla blá coletivo. Outros querem a adrenalina da ação e a fantasia da guerra. Acredito que é um momento diferente. Pessoas que raramente se posicionam estão colcando opiniões e indo para as ruas. Posso estar fazendo uma análise pequena: mas sem os confrontos com a polícia - principal motivo para muitos incorparem o movimento - a tendência é esvaziar. Isso tudo não importa muito. O que importa é o efeito e o pós. Por menor que seja o tempo que você dedicou a questionar as decisões políticas ou apenas analisar os discursos e atos, você ganhou em maturidade política( espera-se). Neste cenário podem surgir lideranças e movimentos verdadeiros, mas também aproveitadores. Então use a cabeça. Neste sentido, o movimento só transforma se as atitudes forem diferentes. E ai é contigo e não com eles. Aquela ideia das pilulas do filme Matrix. Você vai de azul ou de vermelha? Continuar votando igual, não participando igual, dando jeitinho, sendo corruptor e conivente? Não acho que protesto deva ser uma festa, muito menos linda. Não acho que cantar músicas da época da ditadura e velhas frases de efeito fazem revolução. Só atitude e escolhas. Você pode ir lá, dar o seu recado e ir pra casa dormir ou passar a ter uma postura diferente, menos "to nem ai" e mais "isso aqui também é meu, e eu vou ser parte da construção do lugar em que eu quero viver". Sem máscaras ou bandeiras.”

No entanto, temos outro ponto a destacar das manifestações que são as agressões e vandalismos de grupos da sociedade. Temos aqueles que, por culpa do sofrimento e abandono da sociedade, vivem na marginalidade e a violência já faz parte do mundo deles, temos aqueles que se juntam apenas para guerrear, temos anarquistas, aproveitadores, oportunistas e até filhos de papai revoltados. Já vi e ouvi várias pessoas próximas a mim defenderem estas pessoas pois a revolta delas é justificável e pode ser compreendida pelas mazelas que sofreram ou pela cultura a qual estão inseridas. Mas, pera aí! Tudo bem entendermos, mas apoia-los? Sei que pode soar forte, mas então porque não apoiamos os terroristas? Os ataques deles também tem sentido: eles são oprimidos e por alguns grupos da cultura e religião deles é certo agir desta maneira. A única diferença é que para nós fica mais difícil compreendê-los pela distância cultural e geográfica.  Acho que não! Qualquer forma de violência deve ser coibida e não apoiada! Temos que dar oportunidades, educação e inclusão, mas disciplinar e punir o caos, a violência, o vandalismo e os saques que deslegitimam e perdem a razão das manifestações, além de causar danos a pessoas de direito, homens de bem e trabalhadores que também lutam e carregam suas próprias cruzes.
Infelizmente baderneiros e aproveitadores sempre existirão nestes casos! Mas temos que apreender com as situações que aparecem e irmos aperfeiçoando. Atualmente vemos que, como manifestantes, temos de descobrir formas que inibam ou coíbam agressores e vândalos. Já os policias precisam aprender a lidar com esta nova ação social de forma inteligente, primeiro punindo apenas quem deve ser punido e segundo agindo juntamente com os manifestantes que querem a paz. Para ambos, usar de orientação, comunicação, colaboração e inteligência entre si seria um caminho!
Nunca podemos esquecer que somos todos seres humanos, e como tal temos os mesmos defeitos...  

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